terça-feira, 27 de novembro de 2018

O cristão autêntico produz frutos


               
No Evangelho de João, capítulo 15 e versículo 5, lemos: Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
                A Bíblia não revela o local onde Jesus estava quando proferiu essas palavras, mas sabemos que a uva era muito usada nos dias de Jesus, nos casamentos era servido vinho, nas casas se tomava a bebida. Em um episódio antes da sua crucificação, o Mestre comparou seu sangue ao vinho. São provas de que a videira era muito conhecida naqueles dias.
                A função de uma vinha é produzir frutos. Para isso, o lavrador deve cultivar videiras de qualidade, e, nessa busca pelo fruto excelente, algumas coisas devem ser feitas. No versículo dois há referência ao ato de limpar toda vara que dá fruto, para que a videira dê mais fruto. No mínimo uma vez por ano, a videira passa pela poda, quando o lavrador corta as varas, deixando-as mais curtas, para que a videira tenha energia suficiente para produzir frutos mais bonitos. Isso é a limpeza que fala o versículo três.
                Quando o Mestre fala “vós já estais limpos pela Palavra que vos tenho falado”, Ele está dizendo que a sua Palavra limpa as varas, tira aquilo que impede a boa produção, assim como cada vez que interagimos com a Palavra de Deus, seja lendo, ouvido ou meditando, ela está em pleno trabalho em nossas vidas, ela nos limpa, nos faz pensar e agir diferente, e os frutos começam a aparecer. Você é uma vara. Se está dando frutos, deixa a Palavra continuar limpando para que dê ainda mais frutos.
                Ainda no versículo dois, Jesus fala que toda vara que nele não dá frutos, o lavrador, que é Deus, a tira. Nenhum vinhateiro deixará um galho seco ligado a uma videira. Ao passar fazendo a poda, notará as varas ressequidas, degeneradas, infrutíferas, e cortará fora, pois não há necessidade de estar ali, sendo que no seu interior já não recebe a seiva que vem da videira.
                Com essa metáfora, Jesus está ensinando seus discípulos que a vara sozinha não produz nada, a vara em si mesma não pode dar fruto. Poderíamos experimentar cortar um galho da videira e aguardar que produza algo; é obvio que não produzirá nada. Essa foi a lição aplicada por Jesus: “Eu sou a videira, e vós as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer” ( v 5). Para produzirmos, precisamos estar  ligados nEle, deixar que a essência do evangelho de Jesus Cristo circule em nós. É o que diz o versículo 4. “Eu em vós”. Então veremos nossas vidas produzirem frutos dignos de arrependimento, porque sem Ele, nada podemos fazer.
                O fruto que devemos produzir diz respeito à manifestação do nosso cristianismo entre os homens. Esses frutos devem glorificar a Deus e, para finalizar, deixo a seguinte pergunta: As suas atitudes glorificam a Deus?

Pr. Leandro Silva

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Todo pecado tem consequências


          A passagem bíblica registrada no capítulo 7 do livro de Josué fala do pecado de Acã. Refletindo sobre esse texto, cheguei a algumas conclusões que desejo compartilhar com você.
          Deus não permite que o pecado fique impune, independentemente de seus rastros serem ocultados. Acã pensou estar fazendo tudo certo ao esconder na sua tenda objetos roubados. Acreditou que ninguém saberia, porém esqueceu que Deus conhece todas as coisas, que tudo o que fazemos está rigorosamente sob o manto da Sua onisciência.
                No versículo 11, Josué ouve de Deus as seguintes palavras: “Israel pecou, e transgrediram a minha aliança que lhes tinha ordenado”. Veja-se que apenas um homem pecou. Mas o erro desse guerreiro do exército de Josué afetou todo o povo.
                É exatamente disso que estou falando. Nossos pecados não trazem consequências apenas para nós. Quando um está em pecado, todos sofremos baixas em nosso exército, todos ficamos vulneráveis aos ataques e ciladas do inimigo, e às vezes não sabemos onde está o problema, pois ele pode estar  escondido nas atitudes e nos erros daqueles que compõem o mesmo exército.
                Costumamos depositar muita fé no versículo que diz: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?. Mas aí eu pergunto: e se tem pecado entre nós, Deus será por nós?
                O exército de Josué havia invadido e aniquilado a poderosa Jericó e seus moradores. O povo e o exército de Israel não têm dúvidas: derrotar a cidade de Ai agora está fácil, já que seu exército é bem mais frágil do que o de Jericó. Além disso, o povo de Ai deve estar amedrontado em razão da façanha realizada pelo exército de Israel contra a grande Jericó.
                Subestimaram os guerreiros de Ai. Uma importante lição para nós. A autoconfiança às vezes nos leva a pensar que não precisamos do auxílio de Deus. Certamente foi o que aconteceu com os israelitas. A Bíblia não relata que Josué e o povo pediram direção de Deus para o ataque àquela cidade. Mas nos versículos 6 e 7 deparamo-nos com Josué e os anciãos rasgando suas roupas, colocando terra sobre suas cabeças e questionando Deus.
                Sempre lembramos de falar com Deus após as coisas não acontecerem como previmos. Se tivéssemos mais confiança em Deus e menos autoconfiança, não precisaríamos passar por situações como essa.
                Josué apostou numa estratégia de guerra própria. Humana. Talvez Deus tivesse uma estratégia bem mais simples para vencer aquela cidade. Mas o grande comandante Josué preferiu algo mais bem elaborado, mais complexo. Somos assim ao lidarmos com nossas lutas. Não raramente empreendemos esforços incomuns para vencê-las. Mas Deus sempre tem a melhor saída, e quase sempre bem mais rápida, simples e eficiente. Não nos enganemos com nossa sabedoria humana, porque a sabedoria de Deus continua sendo soberana.
                Após a derrota, Josué foi advertido por Deus e aconselhado a encontrar o pecado que estava escondido. Deus queria santificação e exame de consciência de todo o povo, por isso disse: “Amanhã (...)aquele que for tomado com o anátema será queimado a fogo, ele e tudo quanto tiver; porquanto transgrediu a aliança do Senhor, e fez uma loucura em Israel”.
                Eu creio que naquela noite o povo não dormiu. Anciãos, pais e responsáveis iniciaram uma busca pela pessoa que havia pecado. Cada pai procurava seus filhos, e fizeram um profundo exame em suas atitudes para se certificarem de que ninguém de sua família cometeu pecado.
                Amanheceu, e Acã foi identificado como o pecador, assumindo seu erro. Então ele, sua família e tudo quanto tinha foram destruídos.
                É preciso identificar onde está o pecado e o pecador, para que a vitória da igreja não seja apenas parcial ou até revertida em derrota. Se quisermos vencer e avançar, precisamos nos livrar do pecado oculto. Oculto apenas dos homens, logicamente, porque Deus tudo vê, nada fica oculto aos olhos do Senhor.
                A igreja precisa estar vigilante, sempre em oração e comunhão com Deus, clamando para que nada fique oculto atrás de uma boa aparência, porque o pecado gera a morte. Mas o pecado confessado leva a vitória completa.

Pr. Leandro Silva


terça-feira, 12 de junho de 2018

Rejeitado por Deus

No primeiro livro de Samuel, capítulo 16, versículos 6 e 7, encontramos um episódio peculiar. O futuro da nação de Israel dependia de uma decisão extraordinariamente importante. Imagino o profeta Samuel, um tanto temeroso e por isso com pressa de cumprir sua missão, para que o rei Saul não tivesse informações sobre o seu deslocamento à casa de Jessé. Por outro lado, o pai Jessé, contente, apresentando seus filhos em ordem, do mais velho ao mais moço. Ele estava prestes a ser o pai do rei de Israel. Que honra! Deus já havia escolhido o próximo rei para o seu povo. O rei anterior fora escolhido pelos homens, não tendo contado com a aprovação de Deus. Dessa vez Ele próprio iria escolher, mas não podia deixar que Samuel ungisse a pessoa errada.
Talvez você passou por esse texto bíblico e não prestou atenção no que diz o versículo 7: “Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado”.
O que Eliabe tinha feito para ser rejeitado por Deus? O experiente profeta Samuel se precipitou?
                A nação viveu o caos do tempo dos juízes, e agora, no reinado de Saul, muitas coisas estavam desagradando a Deus, a ponto de o Senhor rejeitar o próprio rei. Deus necessitava de alguém que acima de tudo tivesse um coração piedoso. Não interessava a sua aparência, nem a sua altura, mas o que Deus via em seu interior.
                Eliabe não era esse homem. Ele aparece na história bíblica nesses versículos, e a Bíblia já o condiciona como rejeitado para o cargo. Talvez até àquele momento o filho mais velho de Jessé não tivesse feito nada para ser rejeitado, mas Deus, que olha para o coração, e através da sua onisciência, encontrou lá dentro algo que o desqualificou.
                O mesmo Deus que rejeitou Saul, agora rejeitava Eliabe, ambos escolhidos pelos homens. Josefo informa que na primeira reunião com Samuel, Jessé apresentara apenas ele, Eliabe. O pai tinha certeza de que este seria o próximo rei de Israel. Estava apostando tudo naquele filho, o seu primogênito, forte, alto e guerreiro. Era uma grande oportunidade. Aquele pai poderia ter investido pesado no seu filho, e chegou a hora de vê-lo alcançando algo inimaginável, mas Deus não deixaria seu povo cair no mesmo erro.
                Muitos pais apostam tudo nos seus filhos. Sonham por eles, querem o melhor para eles, mas se esquecem de tratar do coração dos filhos. Preparamos filhos para a vida, eles estudam nos melhores colégios, formam-se nas melhores faculdades, atingem seus objetivos pessoais, enfim, são em tudo o orgulho dos pais, mas quando Deus olha para o coração, os rejeita.
                Deus não desqualificou Eliabe por seu exterior, mas sim pelo seu coração. Nossos filhos podem ser bem sucedidos na sociedade, na vida profissional, mas devem cuidar do coração para não serem rejeitados por Deus. A Bíblia registra, em Pv 4.23: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”.
                Um tempo depois, na guerra contra os filisteus, encontramos Eliabe vestido como soldado, todo aparelhado, com arma em punho, com toda sua altura e beleza, porém sem coragem de enfrentar o gigante. Quando Davi demonstrou interesse em lutar com o gigante, Eliabe foi o primeiro a tentar desmotivá-lo. Estava conformado com a situação. Nem as afrontas de Golias o fizeram mover-se. Mas não adiantava estar ali e não fazer a diferença.
                Com Davi foi diferente; ele chegou e resolveu o problema da nação toda, que estava sendo afrontada.
                As atitudes dos escolhidos são diferentes das atitudes dos rejeitados. Não adianta ter aparência de guerreiro, mas não levantar a espada. Não vale a pena sermos reconhecidos pelos homens e rejeitados por Deus.
                Está passando da hora de cuidarmos mais do coração para não corrermos o risco de ser desqualificados, como foi Eliabe. Quando temos o coração voltado para Deus, Ele nos garante vitória. E o Seu Nome é exaltado.

Pr. Leandro Silva

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Você é feliz?


Os Salmos são um conjunto de poemas, canções e adorações a Deus. Muitos deles falam da majestade de Deus, outros retratam almas jubilosas, mas também há os que se constituem em súplicas de almas abatidas, os que falam sobre Jesus, sobre disciplina, perdão, e os que ajudam a guiar e acalmar o cristão nas dificuldades da vida.
                O primeiro Salmo é introdutório. E não está ali por acaso. Fala do homem bem-aventurado, duplamente feliz, pois o cristianismo puro é na realidade uma oferta de felicidade terrena e eterna.
                Deus criou o homem para ser feliz por completo. Prova disso é a vida que tinham Adão e Eva no Jardim do Éden. Felicidade é uma busca constante do ser humano. É indiscutível que o homem faz qualquer coisa para ser feliz. Aliás, tudo o que ele faz objetiva a busca da felicidade.
                A vida moderna oferece um número infinito de possibilidades de ser feliz. Entretanto, para sermos felizes por completo, precisamos seguir alguns fundamentos bíblicos. E o Salmo de número 1 nos dá essa direção.
                A conquista da felicidade inicia com aquilo que evitamos. Veja o que diz o versículo primeiro: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
                Nota-se que o texto traz uma progressão: inicia falando do ímpio, ou seja, daquele que não é cristão, que não tem Deus como seu guia, mas tem uma vida estruturada, com respeito e objetivos definidos, enfim, é uma boa pessoa, porém não leva Deus a sério.
                Em seguida o versículo menciona o pecador, significando o que erra o alvo, que não se esforça para viver de acordo com princípios bíblicos, aquele cujo objetivo maior é pecar.
                Por último, o versículo fala do escarnecedor, ou seja, aquele que vai além do pecado, que também zomba e despreza deliberadamente a Deus e as pessoas que seguem os princípios bíblicos.  Pode-se concluir que em certos casos nem os ímpios gostam de ter amizade com escarnecedores.
                Para ser feliz, o cristão precisa saber que o evangelho também tem seus “nãos”. Observe que os dez mandamentos possuem “11 nãos” (Êxodo 20). Deus é Pai, e nenhum pai, por melhor que seja, pode criar um filho sem alertá-lo daquilo que deve evitar.
                Vivemos em um tempo em que precisamos evitar muitas coisas. É aí que entram os “nãos” de Deus, os quais devemos observar atentamente para evitarmos muitos males e decepções.
                Evite certas companhias, certas coisas que te distanciam de Deus, atitudes que não trazem a verdadeira felicidade. Esteja realmente no controle de tua vida, evitando aquilo que te distancia de Deus, para viver a real felicidade.
                O evangelho não só aconselha a evitarmos certas coisas, mas também nos ensina como agir para sermos felizes. O versículo dois do Salmo em análise indica um método eficiente para a busca da felicidade, que é a meditação da Palavra de Deus.
                Meditar é ler, absorver, aplicar e praticar a Palavra de Deus. Exercícios imprescindíveis na vida do cristão, pois é a Palavra que normatiza nossos valores, pensamentos e princípios. Através dela conseguimos mudar nossa maneira de viver, pois o Espírito Santo nos faz entendê-la e nos ajuda a colocá-la em prática.
                Somos uma geração privilegiada, com muitas versões da Bíblia Sagrada, com muitos livros de estudos, cursos e excelentes pregadores e exegetas. Porém somos uma geração de crentes analfabetos em relação às Escrituras, porque na maioria das vezes queremos aprender e colocar em prática apenas o que nos interessa.
                Deus não aceita que sejamos forçados a amar a sua lei. Isso deve partir de nós, precisamos aceitar a vida cristã, e isso inclui amar a Palavra de Deus e meditar nela dia e noite. O crente que ama a Palavra de Deus é conhecido pelo seu agir, seu falar e a postura que demonstra em qualquer lugar, pois a Palavra de Deus realmente transforma, permitindo a compreensão plena do reino de Deus.
                Note uma coisa. Apesar de ser uma linda poesia, esses versículos nos trazem profundos ensinamentos. Não se trata de um texto de autoajuda. É a Palavra de Deus. Isso deve fazer sentido na nossa vida. Observe esses fundamentos e seja um cristão bem-aventurado.
                A conquista da felicidade é adquirida na medida em que estamos plantados em Cristo, como árvores que produzem frutos, e não apenas sombra. Em Cristo somos assim, como árvores plantadas junto a ribeiros, que não têm falta de água, e por isso não temem a seca, nem os ventos, e suas folhas não caem nem murcham. Quem está em Cristo bebe diretamente da fonte. E mesmo avançado em idade ainda produz frutos, pois sabe onde buscar os nutrientes, a seiva e a água que lhe dão vigor.

Pr. Leandro Silva

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Família

Minha esposa Ana, eu, meu pai e meu pastor Argemiro, minha mãe Juraci e meu irmão Nemoel no culto de Santa Ceia na Assembleia de Deus em Uruguaiana - 08/05/2018.

Uma mulher, uma botija de azeite e a fé

               No segundo livro dos Reis de Israel, capítulo 4, versículos 1 ao 7, a Bíblia relata uma das histórias mais conhecidas e pregadas no meio evangélico, cuja protagonista é uma mulher, viúva e mãe de dois filhos.
                O marido dessa mulher havia falecido e deixado dívidas. A Bíblia não conta detalhes sobre a vida do homem, mas deixa entrever que ele não era corrupto, caloteiro ou algo do tipo. Pelo contrário, a Bíblia diz que ele era um homem temente a Deus.
           Os filhos da viúva estavam prestes a tornarem-se obrigados a trabalhar para o credor em pagamento da dívida do pai morto. Naquela época a lei permitia que dívidas fossem pagas assim, com serviço escravo. Dá para entender o desespero da mulher. Como sobreviveria sem os seus únicos dois filhos, que proviam o sustento da casa?
                O que me chama a atenção no texto é que, apesar de preocupada com a situação, a mulher não murmura. Ao invés de queixar-se, segue o conselho do homem de Deus.
                O profeta Eliseu a questiona primeiro sobre o que tem em casa.
                - Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite - ela responde.
                Eis aqui uma valiosa lição. É importante sempre saber o que temos em casa, pois provavelmente aquilo que temos em casa, com a porta do quarto fechada, é o que nos dá a vitória (“Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está no secreto - Mt 6.6”).
                Outra lição que o texto nos transmite é o fato de a mulher não reclamar quando o Profeta ordena que peça vasos emprestados. Isso mostra que a viúva tinha um bom relacionamento com a vizinhança, algo que em nossos dias é difícil. Existem casos em que os vizinhos, muitas vezes morando em um mesmo condomínio, não se conhecem, e assim não teriam facilidade de pedir algo emprestado. Mas a mulher, com extrema facilidade e rapidamente, arruma muitos vasos emprestados, o que fez toda a diferença para resolver a sua situação, pois o resultado da venda do azeite pagou a dívida do seu marido.
                Já no quarto com seus filhos, ela tinha a botija de azeite, os vasos emprestados e a fé naquilo que o Profeta havia lhe dito. Olhando só para o que possuía, era impossível encher vasos com um pouco de azeite. Mas a sua fé foi suficiente para ao final poder ouvir do Profeta as seguintes palavras:
                - Vende o azeite, paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto.
                A grande e última lição deste texto é a fé. Quando temos condições de entrar em nosso quarto, fechar a porta e levar nossos problemas diante de Deus, Ele se responsabiliza em nos dar a vitória. Mas para isso precisamos seguir o exemplo dessa mulher. Ela buscou conselho em quem tinha comunhão com Deus, não murmurou, fez o que lhe foi pedido, alcançou sua vitória e viveu tranquilamente com seus filhos.
                Não estamos isentos dos desafios. Deus usa esses momentos para nos fazer crescer e aumentar a nossa fé. Ele sempre nos dará uma saída, pois o controle de todas as coisas está em suas mãos.

Pr. Leandro Silva

terça-feira, 1 de maio de 2018

Nem todos entrarão no Reino dos céus



Temos aqui o início da conclusão do conselho de Jesus aos seus discípulos, registrado no Evangelho de São Mateus, capítulo 7, versículo 15 em diante. Após dizer a eles que conheceriam os falsos profetas através dos frutos, Jesus conclui com essas palavras: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus (versículo 21)”.
Jesus tinha a missão de deixar gravado nos corações que uma visível profissão de fé, embora digna de nota, não basta para nos levar para o céu, a não ser se estiver acompanhada de uma correspondente conduta. Ele estava dizendo que fazer a vontade do Pai era indispensável para a entrada no reino de Deus.
O verdadeiro teste do discipulado cristão é a obediência a Deus e à sua Palavra, e isso inclui que creiamos em Cristo, nos arrependamos dos nossos pecados e vivamos uma vida santa, amando-nos uns aos outros e a Deus sobre todas as coisas.
O homem tende a mascarar suas atitudes. Sempre existiram e sempre existirão aqueles que pregam o que não vivem e falam do que não acreditam, porém, dizer e fazer são coisas diferentes, que no contexto cristão não deveriam estar separadas.
Naquele conselho Jesus deixou registrado que para entrar no reino dos céus é necessário fazer a vontade de Deus, e não há outra forma. Mas o Mestre já prevê, pela sua onisciência, que o homem não vai aceitar isso facilmente: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?” (versículo 22).
                O homem atual está cheio de argumentos. Não hesita em lançar mão do seu usual instrumento de retórica para justificar seu proceder, mesmo consciente de que está errado. E “naquele dia” não será diferente. O homem certamente não perderá a oportunidade de argumentar, tentando “lembrar” Jesus de tudo o que fizera em Seu nome. Uns dirão que profetizaram, outros que expulsaram demônios ou fizeram maravilhas. Entretanto, o Mestre deixa claro que essas coisas não são garantias para a entrada nos céus, que a nossa confiança não deve estar firmada naquilo que praticamos em nome de Jesus, mas naquilo que realmente somos.
                Eu posso ser pregador, ter chamado, ter dons, ser reconhecido pelos milagres, pelas profecias, mas, ao mesmo tempo, ter um caráter corrompido. Posso até indicar o caminho para a salvação de outras pessoas, e estar desqualificado para tal. Judas também expulsou demônios. No entanto, era filho da perdição.
                Jesus testemunhou sobre João Batista, dizendo que não houve profeta maior que ele, que embora João não tivesse realizado nenhum milagre, pregou e viveu a verdade, por isso está no céu aguardando por nós.
                Os dons de línguas, de cura, milagres, maravilhas, podem recomendar os homens ao mundo, pode abrir portas para convites, pode levar pessoas a um elevado nível religioso, mas somente a verdadeira piedade e a santidade serão aceitas por Deus como requisitos para entrar no Seu reino.
                A graça de Deus irá levar o homem para o céu, mesmo sem produzir um milagre na vida de alguém. Porque o maior milagre é a transformação do caráter humano. Observemos esses princípios, para não ouvir de Jesus as palavras “afastai-vos de mim malditos que praticais a iniquidade!”.

Pr. Leandro Silva

terça-feira, 17 de abril de 2018

Pelos seus frutos os conhecereis



Jesus estava preocupado com os discípulos que ficariam a mercê dos falsos profetas. No capítulo 7 de Mateus, versículo 16, Ele dá uma dica de como identificá-los. É uma forma simples, pois Jesus sempre usou exemplos do dia a dia, da cultura judaica para ensinar seus discípulos. Ele disse: “Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?”.
                Nem sempre podemos distinguir a árvore pelo tronco ou pelas folhas. É por isso que o fruto serve para revelar a árvore.
                As uvas produzidas em lugares propícios, como a Serra gaúcha, por exemplo, são muito saborosas. Mas os viticultores cultivam videiras, ou será que, se plantassem espinheiros, colheriam uvas? Ou alguém, plantando abrolhos, colheria figos? A conclusão a que chegamos é: não há sol, nem terra, nem chuva, nem clima que possa fazer um espinheiro produzir uvas.
                Corações corruptos, pecadores, são como espinheiros, inúteis, por isso destinados ao fogo. Eles nunca produzirão bons frutos, não pertencem a Cristo, suas intenções são más. O espinheiro e o abrolho podem estar plantados junto a um parreiral de uvas, recebendo o mesmo sol, a mesma chuva, porém sua espécie não produz uvas.
                Assim é o falso cristão. Pode ouvir a mesma palavra, orar três vezes ao dia como Daniel, jejuar quarenta dias como Jesus, e não produzirá bons frutos.
                Bons frutos correspondem a boas obras, que são agradáveis a Deus e proveitosas ao homem.
                Deus está mais interessado em nosso comportamento e testemunho do que no nosso discurso. Por isso o que fazemos não pode ser diferente daquilo que pregamos. Mas Infelizmente as igrejas estão cheias de pessoas que vivem a máxima do “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
                Precisamos ser mais autênticos. Nossas atitudes revelam nosso caráter.
                A observação de Jesus não está restrita aos falsos pastores, tele-evangelistas, líderes religiosos etc. É um alerta a todo cristão, que devemos produzir frutos dignos de arrependimento, aquilo que parte do coração, que não fazemos para nos vangloriar ou enganar alguém.
                Na carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo aponta quais são os frutos que devemos produzir: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (capítulo 5, versículo 22). São os bons frutos do Espírito.
                Façamos uma autoanálise para identificarmos que tipo de frutos estamos produzindo.

Pr. Leandro Silva

domingo, 1 de abril de 2018

Lobos devoradores


Em Mateus capítulo 7, versículo 15, encontramos um aconselhamento de Jesus aos seus discípulos. Ele inicia dizendo: “cuidado com os falsos profetas...”. Jesus estava preocupado, pois sabia que em pouco tempo passaria pela agonia da cruz e depois seria novamente levado aos céus, e seus discípulos ficariam vulneráveis. Ele dizia mais: “eles vêm vestidos de ovelhas, mas são lobos devoradores”. Seria como deixar seus filhos aos cuidados de alguém com a intenção de saqueá-los e enganá-los.
Naquela época era comum surgirem falsos profetas, falsos cristos, alguns que, sabendo da promessa de um Messias aos judeus, aproveitavam-se da ocasião para se apresentarem como tal. Jesus se preocupava, pois se apresentariam como ovelha, teriam atitudes de ovelha, fariam tudo para serem aceitos como verdadeiros, porém seriam falsos e enganadores.
Nos dias atuais não está sendo diferente. A igreja do Senhor está sendo atacada por esses falsários, que a Bíblia classifica como lobos devoradores, com aparência de justos, falando como crentes, manipulando as massas, com pregações que arrebatam multidões. Suas agendas não têm espaço para consagração e oração, pois priorizam os convites para pregações, de preferência em grandes eventos com divulgação na mídia.
 O Brasil conta com mais de 20% de evangélicos, porém uma enorme porcentagem desses estão sendo enganados, apegando-se a mensagens “do céu”, pregações que levam ao delírio, muitas vezes até pagando pela bênção.
O objetivo dos falsos profetas é o benefício próprio. Eles não valorizam as ovelhas; veem-nas como fonte de lucro, apenas. Com os olhos voltados para a “lã”, não se importam com as doentes ou necessitadas. Sua grande meta é arregimentar pessoas para enganá-las e se apossar daquilo que elas podem oferecer. Em contrapartida, fazem promessas de prosperidade financeira, de curas e libertação, não dando o devido valor às almas sedentas que enchem os templos com sede de uma Palavra vinda realmente do Trono de Deus.
O que mais me preocupa nos dias de hoje é que a maioria dos cristãos não têm discernimento para saber se estão sendo ou não enganados. E a razão dessa falta de discernimento é a falta de dedicação à leitura da Bíblia, acompanhada da habitual infrequência aos cultos de ensino e à Escola Dominical.
Os crentes modernos preferem os cultos públicos e ou temáticos, e isso está levando o povo de Deus a uma vulnerabilidade, destacando-se que muitos preferem nem saber se estão na situação de enganados, pois aquilo que ouvem é satisfatório para o seu ego.
Entretanto, Jesus, no versículo 16 do mesmo capítulo, nos dá uma grande dica para identificarmos os falsos. Ele diz: “Por seus frutos os conhecereis...” (em outro texto falarei sobre os frutos. Aguarde!).


Pr. Leandro Silva