quarta-feira, 9 de maio de 2018

Família

Minha esposa Ana, eu, meu pai e meu pastor Argemiro, minha mãe Juraci e meu irmão Nemoel no culto de Santa Ceia na Assembleia de Deus em Uruguaiana - 08/05/2018.

Uma mulher, uma botija de azeite e a fé

               No segundo livro dos Reis de Israel, capítulo 4, versículos 1 ao 7, a Bíblia relata uma das histórias mais conhecidas e pregadas no meio evangélico, cuja protagonista é uma mulher, viúva e mãe de dois filhos.
                O marido dessa mulher havia falecido e deixado dívidas. A Bíblia não conta detalhes sobre a vida do homem, mas deixa entrever que ele não era corrupto, caloteiro ou algo do tipo. Pelo contrário, a Bíblia diz que ele era um homem temente a Deus.
           Os filhos da viúva estavam prestes a tornarem-se obrigados a trabalhar para o credor em pagamento da dívida do pai morto. Naquela época a lei permitia que dívidas fossem pagas assim, com serviço escravo. Dá para entender o desespero da mulher. Como sobreviveria sem os seus únicos dois filhos, que proviam o sustento da casa?
                O que me chama a atenção no texto é que, apesar de preocupada com a situação, a mulher não murmura. Ao invés de queixar-se, segue o conselho do homem de Deus.
                O profeta Eliseu a questiona primeiro sobre o que tem em casa.
                - Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite - ela responde.
                Eis aqui uma valiosa lição. É importante sempre saber o que temos em casa, pois provavelmente aquilo que temos em casa, com a porta do quarto fechada, é o que nos dá a vitória (“Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está no secreto - Mt 6.6”).
                Outra lição que o texto nos transmite é o fato de a mulher não reclamar quando o Profeta ordena que peça vasos emprestados. Isso mostra que a viúva tinha um bom relacionamento com a vizinhança, algo que em nossos dias é difícil. Existem casos em que os vizinhos, muitas vezes morando em um mesmo condomínio, não se conhecem, e assim não teriam facilidade de pedir algo emprestado. Mas a mulher, com extrema facilidade e rapidamente, arruma muitos vasos emprestados, o que fez toda a diferença para resolver a sua situação, pois o resultado da venda do azeite pagou a dívida do seu marido.
                Já no quarto com seus filhos, ela tinha a botija de azeite, os vasos emprestados e a fé naquilo que o Profeta havia lhe dito. Olhando só para o que possuía, era impossível encher vasos com um pouco de azeite. Mas a sua fé foi suficiente para ao final poder ouvir do Profeta as seguintes palavras:
                - Vende o azeite, paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto.
                A grande e última lição deste texto é a fé. Quando temos condições de entrar em nosso quarto, fechar a porta e levar nossos problemas diante de Deus, Ele se responsabiliza em nos dar a vitória. Mas para isso precisamos seguir o exemplo dessa mulher. Ela buscou conselho em quem tinha comunhão com Deus, não murmurou, fez o que lhe foi pedido, alcançou sua vitória e viveu tranquilamente com seus filhos.
                Não estamos isentos dos desafios. Deus usa esses momentos para nos fazer crescer e aumentar a nossa fé. Ele sempre nos dará uma saída, pois o controle de todas as coisas está em suas mãos.

Pr. Leandro Silva

terça-feira, 1 de maio de 2018

Nem todos entrarão no Reino dos céus



Temos aqui o início da conclusão do conselho de Jesus aos seus discípulos, registrado no Evangelho de São Mateus, capítulo 7, versículo 15 em diante. Após dizer a eles que conheceriam os falsos profetas através dos frutos, Jesus conclui com essas palavras: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus (versículo 21)”.
Jesus tinha a missão de deixar gravado nos corações que uma visível profissão de fé, embora digna de nota, não basta para nos levar para o céu, a não ser se estiver acompanhada de uma correspondente conduta. Ele estava dizendo que fazer a vontade do Pai era indispensável para a entrada no reino de Deus.
O verdadeiro teste do discipulado cristão é a obediência a Deus e à sua Palavra, e isso inclui que creiamos em Cristo, nos arrependamos dos nossos pecados e vivamos uma vida santa, amando-nos uns aos outros e a Deus sobre todas as coisas.
O homem tende a mascarar suas atitudes. Sempre existiram e sempre existirão aqueles que pregam o que não vivem e falam do que não acreditam, porém, dizer e fazer são coisas diferentes, que no contexto cristão não deveriam estar separadas.
Naquele conselho Jesus deixou registrado que para entrar no reino dos céus é necessário fazer a vontade de Deus, e não há outra forma. Mas o Mestre já prevê, pela sua onisciência, que o homem não vai aceitar isso facilmente: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?” (versículo 22).
                O homem atual está cheio de argumentos. Não hesita em lançar mão do seu usual instrumento de retórica para justificar seu proceder, mesmo consciente de que está errado. E “naquele dia” não será diferente. O homem certamente não perderá a oportunidade de argumentar, tentando “lembrar” Jesus de tudo o que fizera em Seu nome. Uns dirão que profetizaram, outros que expulsaram demônios ou fizeram maravilhas. Entretanto, o Mestre deixa claro que essas coisas não são garantias para a entrada nos céus, que a nossa confiança não deve estar firmada naquilo que praticamos em nome de Jesus, mas naquilo que realmente somos.
                Eu posso ser pregador, ter chamado, ter dons, ser reconhecido pelos milagres, pelas profecias, mas, ao mesmo tempo, ter um caráter corrompido. Posso até indicar o caminho para a salvação de outras pessoas, e estar desqualificado para tal. Judas também expulsou demônios. No entanto, era filho da perdição.
                Jesus testemunhou sobre João Batista, dizendo que não houve profeta maior que ele, que embora João não tivesse realizado nenhum milagre, pregou e viveu a verdade, por isso está no céu aguardando por nós.
                Os dons de línguas, de cura, milagres, maravilhas, podem recomendar os homens ao mundo, pode abrir portas para convites, pode levar pessoas a um elevado nível religioso, mas somente a verdadeira piedade e a santidade serão aceitas por Deus como requisitos para entrar no Seu reino.
                A graça de Deus irá levar o homem para o céu, mesmo sem produzir um milagre na vida de alguém. Porque o maior milagre é a transformação do caráter humano. Observemos esses princípios, para não ouvir de Jesus as palavras “afastai-vos de mim malditos que praticais a iniquidade!”.

Pr. Leandro Silva