terça-feira, 1 de maio de 2018

Nem todos entrarão no Reino dos céus



Temos aqui o início da conclusão do conselho de Jesus aos seus discípulos, registrado no Evangelho de São Mateus, capítulo 7, versículo 15 em diante. Após dizer a eles que conheceriam os falsos profetas através dos frutos, Jesus conclui com essas palavras: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus (versículo 21)”.
Jesus tinha a missão de deixar gravado nos corações que uma visível profissão de fé, embora digna de nota, não basta para nos levar para o céu, a não ser se estiver acompanhada de uma correspondente conduta. Ele estava dizendo que fazer a vontade do Pai era indispensável para a entrada no reino de Deus.
O verdadeiro teste do discipulado cristão é a obediência a Deus e à sua Palavra, e isso inclui que creiamos em Cristo, nos arrependamos dos nossos pecados e vivamos uma vida santa, amando-nos uns aos outros e a Deus sobre todas as coisas.
O homem tende a mascarar suas atitudes. Sempre existiram e sempre existirão aqueles que pregam o que não vivem e falam do que não acreditam, porém, dizer e fazer são coisas diferentes, que no contexto cristão não deveriam estar separadas.
Naquele conselho Jesus deixou registrado que para entrar no reino dos céus é necessário fazer a vontade de Deus, e não há outra forma. Mas o Mestre já prevê, pela sua onisciência, que o homem não vai aceitar isso facilmente: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?” (versículo 22).
                O homem atual está cheio de argumentos. Não hesita em lançar mão do seu usual instrumento de retórica para justificar seu proceder, mesmo consciente de que está errado. E “naquele dia” não será diferente. O homem certamente não perderá a oportunidade de argumentar, tentando “lembrar” Jesus de tudo o que fizera em Seu nome. Uns dirão que profetizaram, outros que expulsaram demônios ou fizeram maravilhas. Entretanto, o Mestre deixa claro que essas coisas não são garantias para a entrada nos céus, que a nossa confiança não deve estar firmada naquilo que praticamos em nome de Jesus, mas naquilo que realmente somos.
                Eu posso ser pregador, ter chamado, ter dons, ser reconhecido pelos milagres, pelas profecias, mas, ao mesmo tempo, ter um caráter corrompido. Posso até indicar o caminho para a salvação de outras pessoas, e estar desqualificado para tal. Judas também expulsou demônios. No entanto, era filho da perdição.
                Jesus testemunhou sobre João Batista, dizendo que não houve profeta maior que ele, que embora João não tivesse realizado nenhum milagre, pregou e viveu a verdade, por isso está no céu aguardando por nós.
                Os dons de línguas, de cura, milagres, maravilhas, podem recomendar os homens ao mundo, pode abrir portas para convites, pode levar pessoas a um elevado nível religioso, mas somente a verdadeira piedade e a santidade serão aceitas por Deus como requisitos para entrar no Seu reino.
                A graça de Deus irá levar o homem para o céu, mesmo sem produzir um milagre na vida de alguém. Porque o maior milagre é a transformação do caráter humano. Observemos esses princípios, para não ouvir de Jesus as palavras “afastai-vos de mim malditos que praticais a iniquidade!”.

Pr. Leandro Silva

terça-feira, 17 de abril de 2018

Pelos seus frutos os conhecereis



Jesus estava preocupado com os discípulos que ficariam a mercê dos falsos profetas. No capítulo 7 de Mateus, versículo 16, Ele dá uma dica de como identificá-los. É uma forma simples, pois Jesus sempre usou exemplos do dia a dia, da cultura judaica para ensinar seus discípulos. Ele disse: “Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?”.
                Nem sempre podemos distinguir a árvore pelo tronco ou pelas folhas. É por isso que o fruto serve para revelar a árvore.
                As uvas produzidas em lugares propícios, como a Serra gaúcha, por exemplo, são muito saborosas. Mas os viticultores cultivam videiras, ou será que, se plantassem espinheiros, colheriam uvas? Ou alguém, plantando abrolhos, colheria figos? A conclusão a que chegamos é: não há sol, nem terra, nem chuva, nem clima que possa fazer um espinheiro produzir uvas.
                Corações corruptos, pecadores, são como espinheiros, inúteis, por isso destinados ao fogo. Eles nunca produzirão bons frutos, não pertencem a Cristo, suas intenções são más. O espinheiro e o abrolho podem estar plantados junto a um parreiral de uvas, recebendo o mesmo sol, a mesma chuva, porém sua espécie não produz uvas.
                Assim é o falso cristão. Pode ouvir a mesma palavra, orar três vezes ao dia como Daniel, jejuar quarenta dias como Jesus, e não produzirá bons frutos.
                Bons frutos correspondem a boas obras, que são agradáveis a Deus e proveitosas ao homem.
                Deus está mais interessado em nosso comportamento e testemunho do que no nosso discurso. Por isso o que fazemos não pode ser diferente daquilo que pregamos. Mas Infelizmente as igrejas estão cheias de pessoas que vivem a máxima do “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
                Precisamos ser mais autênticos. Nossas atitudes revelam nosso caráter.
                A observação de Jesus não está restrita aos falsos pastores, tele-evangelistas, líderes religiosos etc. É um alerta a todo cristão, que devemos produzir frutos dignos de arrependimento, aquilo que parte do coração, que não fazemos para nos vangloriar ou enganar alguém.
                Na carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo aponta quais são os frutos que devemos produzir: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (capítulo 5, versículo 22). São os bons frutos do Espírito.
                Façamos uma autoanálise para identificarmos que tipo de frutos estamos produzindo.

Pr. Leandro Silva

domingo, 1 de abril de 2018

Lobos devoradores


Em Mateus capítulo 7, versículo 15, encontramos um aconselhamento de Jesus aos seus discípulos. Ele inicia dizendo: “cuidado com os falsos profetas...”. Jesus estava preocupado, pois sabia que em pouco tempo passaria pela agonia da cruz e depois seria novamente levado aos céus, e seus discípulos ficariam vulneráveis. Ele dizia mais: “eles vêm vestidos de ovelhas, mas são lobos devoradores”. Seria como deixar seus filhos aos cuidados de alguém com a intenção de saqueá-los e enganá-los.
Naquela época era comum surgirem falsos profetas, falsos cristos, alguns que, sabendo da promessa de um Messias aos judeus, aproveitavam-se da ocasião para se apresentarem como tal. Jesus se preocupava, pois se apresentariam como ovelha, teriam atitudes de ovelha, fariam tudo para serem aceitos como verdadeiros, porém seriam falsos e enganadores.
Nos dias atuais não está sendo diferente. A igreja do Senhor está sendo atacada por esses falsários, que a Bíblia classifica como lobos devoradores, com aparência de justos, falando como crentes, manipulando as massas, com pregações que arrebatam multidões. Suas agendas não têm espaço para consagração e oração, pois priorizam os convites para pregações, de preferência em grandes eventos com divulgação na mídia.
 O Brasil conta com mais de 20% de evangélicos, porém uma enorme porcentagem desses estão sendo enganados, apegando-se a mensagens “do céu”, pregações que levam ao delírio, muitas vezes até pagando pela bênção.
O objetivo dos falsos profetas é o benefício próprio. Eles não valorizam as ovelhas; veem-nas como fonte de lucro, apenas. Com os olhos voltados para a “lã”, não se importam com as doentes ou necessitadas. Sua grande meta é arregimentar pessoas para enganá-las e se apossar daquilo que elas podem oferecer. Em contrapartida, fazem promessas de prosperidade financeira, de curas e libertação, não dando o devido valor às almas sedentas que enchem os templos com sede de uma Palavra vinda realmente do Trono de Deus.
O que mais me preocupa nos dias de hoje é que a maioria dos cristãos não têm discernimento para saber se estão sendo ou não enganados. E a razão dessa falta de discernimento é a falta de dedicação à leitura da Bíblia, acompanhada da habitual infrequência aos cultos de ensino e à Escola Dominical.
Os crentes modernos preferem os cultos públicos e ou temáticos, e isso está levando o povo de Deus a uma vulnerabilidade, destacando-se que muitos preferem nem saber se estão na situação de enganados, pois aquilo que ouvem é satisfatório para o seu ego.
Entretanto, Jesus, no versículo 16 do mesmo capítulo, nos dá uma grande dica para identificarmos os falsos. Ele diz: “Por seus frutos os conhecereis...” (em outro texto falarei sobre os frutos. Aguarde!).


Pr. Leandro Silva