
Paulo escreveu assim aos irmãos de Corinto: “Pois todos nós
devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de
acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam
más...” (2
Cor 5.10 – NVI). Portanto, é clara a informação. Ninguém está isento dessa
etapa, inclusive aqueles que já partiram. E continua o Apóstolo: “...os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas
nuvens, a encontrar o Senhor nos ares... (1 Tess 4.16-17). Este não é o julgamento
final, naquele somente as pessoas condenadas participarão, neste somente
salvos.
A Bíblia não revela informações
que muito gostaria de afirmar aqui. Por exemplo, o que receberemos nesse
julgamento? Qual a recompensa das nossas boas obras? E qual a sentença das
obras más?
Encontramos textos sagrados que
falam das coroas que aguardam os crentes: Coroa da glória (1 Pe 5.4), Coroa da
vida (Tg 1.12), Coroa incorruptível (1 Cor 9.25), e Coroa da Justiça (2 Tm 4.8).
A Bíblia também nos fala de galardão: “... e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a
sua obra” (Ap 22.12). Há quem pense que receberemos algo palpável, um
objeto lindo, de ouro, ou uma coroa cravejada de pedras preciosas. Mas eu
continuo perguntando: o que será que receberemos? Enfim, é mais lógico pensar
que não receberemos objetos. Estaremos nas mansões celestes, e nossos objetivos
não serão riquezas que a traça ou a ferrugem possam consumir, mas objetivos
espirituais e eternos.
Não pense que o Justo Juiz irá
levar em conta nossos títulos terrenos, como pastores, pregadores, cantores,
teólogos, missionários etc. Ele procura fidelidade e glorificação dos seus bons
servos (Mt 25.21). Títulos não garantem galardão, muito pelo contrário, podem
diminuir as obras a serem julgadas por Ele, porque grande parte das boas obras
recebem a sua recompensa aqui mesmo, através de homenagens, elogios etc.
Ao lermos o texto registrado em
1 Cor. 3.10-15, entendemos que há uma classificação para cada obra realizada na
terra. Essas obras passarão pelo fogo consumidor, e as que permanecerem serão
aceitas por Jesus; as que se queimarem, não resultarão em recompensa alguma.
Prata, ouro e pedras preciosas correspondem ao trabalho feito com humildade e
temor, para a glória de Deus (1 Cor 10.31). Madeira, feno e palha correspondem
às obras feitas por vaidade, egoísmo para atrair honra para nós mesmos (Mt
6.2,5).
Nesse tribunal, todo cristão
será julgado. Portanto, eu e você estaremos na cadeira do réu. O Juiz é o
próprio Senhor Jesus, e as testemunhas serão as nossas obras. Fico imaginando o
que as testemunhas dirão a favor ou contra nós. O que os pensamentos irão dizer
sobre mim? O que as palavras dirão? Será que os atos ocultos da minha vida são
prata e ouro, ou madeira e feno?
Eu creio que haverá muitas
surpresas, talvez eu tenha feito algo de bom para alguém que eu nem saiba ou
nem lembre mais, mas talvez eu tenha falado uma frase que não foi para a glória
de Deus, e isso será julgado contra mim. Por isso eu peço a Deus que no
tribunal o julgamento seja pessoal, somente eu e Ele. Sabe por quê? Eu não
quero que você saiba sobre as minhas obras más. Se se tratasse somente das obras
boas, eu não teria medo. Mas acontece que somos humanos, somos falhos, e todos
teremos obras que servirão para a nossa vergonha, obras que não agradaram a
Deus. Sabe aquilo que você faz de bom para alguém e depois expõe nas redes
sociais? Isso se queimará, porque já recebemos a recompensa dos homens no
momento da publicação.
Naquele dia não acontecerá o que
em alguns casos acontece na justiça terrena. Não haverá compra de testemunhas,
não haverá suborno para o julgador, tudo será verdadeiro. Aquele que tudo vê,
inclusive a intenção do coração, estará julgando. Nada fugirá ao seu controle.
Quem poderá enganar o Justo Juiz? Quem poderá subornar o Poderoso Deus? Não
haverá jeitinho brasileiro, não haverá um discurso que
possa mudar o pensamento do julgador, não haverá tempo para fazer diferente,
mas a totalidade dos nossos atos serão expostos e serão julgados com verdade.
Mas também é no tribunal de
Cristo que os crentes fiéis saberão que valeu a pena suportar as aflições, as
perseguições, as lutas, as calúnias, os desertos que serviram para glorificar o
nome do Senhor através de nossas vidas. É lá que a nossa fidelidade, que por
vezes é sem valor aqui, fará a diferença.
Por isso eu digo a você, leitor,
mesmo que o teu trabalho não seja reconhecido pelos homens, mesmo que ninguém
te agradeça pelo que faz pela obra de Deus, lembre-se, o teu trabalho não é vão
no Senhor. No momento de receber o teu galardão das mãos do nosso Senhor Jesus,
você será a pessoa mais feliz do universo, porque você venceu, você está
prestes a entrar para as Bodas do Cordeiro, e viverá para sempre com Deus.
Deus seja louvado!
Pr. Leandro Silva