terça-feira, 4 de julho de 2017

JESUS, o conciliador

Jesus, ao palmilhar esta terra, nos deixou grandes exemplos. Um deles é o fato de conseguir unir pessoas que pensam diferente, conciliando-as, não importando sua origem, seus pensamentos ou a forma como foram criadas e ou instruídas.
                Entre os escolhidos por Jesus Cristo para serem seus discípulos existiam pessoas com diferentes conceitos, ideias e ofícios. Havia pescador, publicano, médico etc. Eram homens que pensavam e agiam diferente. Porém Jesus os chamou não levando em conta essas diferenças.
                Para ilustrar essa especial virtude de Jesus, quero falar de Simão, o Zelote, e Mateus, o cobrador de impostos.
                Simão é citado nos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas (Mt 10.2,3; Mc 3.16-19; Lc 6.13-16), e também no livro dos Atos dos Apóstolos (At 1.13). Seu nome está inserido na lista dos discípulos de Cristo, mas sua origem é obscura, pois a Bíblia não traz detalhes sobre ele antes de conhecer o Salvador. O que temos de mais claro sobre Simão é que ele era um zelote.
                A expressão zelote é uma variação de "zelo", "ser zeloso". Os zelotes eram um partido político judaico que não hesitava nenhum instante em usar a força, a violência e a intriga para obter suas finalidades, com o objetivo de libertar a nação de Israel do jugo estrangeiro. Eles, os zelotes, eram revolucionários, representantes da oposição aos tributos trazidos pelos dominadores, os quais usavam um lema que dizia: "Nenhum outro rei senão o Messias, nenhum outro imposto senão o destinado ao templo, nenhum outro amigo senão um zelote". Isso tudo devido ao grande zelo que nutriam pela Lei, a cultura e a religião judaicas.
                Por outro lado, temos Mateus, chamado de Levi nos evangelhos de Marcos e Lucas (Mc 2.14; Lc 5.27). É o autor do evangelho que leva o seu nome. Este homem era um cobrador de impostos. Seu posto alfandegário estava localizado na Cidade de Cafarnaum, na fronteira entre os domínios de Herodes Antipas e seu irmão Filipe. Ele estava ali incumbido de tributar os comerciantes e pescadores que cruzavam o mar da Galileia e os que usavam a estrada de Damasco.
                O termo publicano aplicava-se aos cobradores do imposto romanos, de trânsito e de fronteira. Como funcionários ativos a serviço da dominação romana, os publicanos eram considerados traidores nacionais, apóstatas, gentios e tudo o que era aborrecível (Mt 18.17). Seus dízimos e ofertas não eram, sob qualquer hipótese, aceitos pelos oficiais do templo, e o israelita que a ele entregava o tributo jamais recebia troco de suas mãos, por considerá-lo maldito.
                Cabe aqui uma pergunta: sabendo-se a origem desses dois homens chamados por Cristo, como puderam passar a viver juntos, participando do mesmo pão, caminhando juntos, com ideias e cultura tão diferentes? Como alguém afiliado há um partido extremista se vê imbuído pelo desejo de se tornar um seguidor de Jesus, dispondo-se a compartilhar a sua vida com homens como o publicano Mateus, o qual personificava muito daquilo contra o que Simão cegamente lutava?
                De fato, a convivência entre Simão, um zelote, e Mateus, considerado traidor nacional, merece atenção especial no que diz respeito à ação conciliadora de Jesus. Na lista dos doze encontram-se os nomes desses dois discípulos que outrora, sempre prontos para a luta, odiavam-se mutuamente com ódio incontido, que Jesus, atraindo-os para Si, atraiu-os um ao outro. Mateus, o publicano, e Simão, o zelote. O primeiro, agente pago pelo poder romano, o covarde judeu, instrumento do oppressor. O Segundo, seu adversário, o radical patriota.
                Aqui está um dos grandes exemplos de Jesus, que, ao deparar-se com pessoas diferentes, pensamentos diferentes, atitudes diferentes, e até pessoas que se odiavam reciprocamente, conseguia conciliar a situação e unir os diferentes para trabalhar juntos em prol do Seu reino.
                Ao agir dessa forma, será que o Mestre não sabia que traria um grande problema para o seu grupo de discípulos? Será que ele não conhecia o contexto político e opressor que vivia a Judeia naquele tempo?
                Claro que sim. Porém Ele veio para libertar, para salvar, para curar e também para unir, para colocar um mesmo sentimento no coração das pessoas. Esta é uma prova do poder conciliador de Jesus. Ele não perguntou se Mateus se daria bem com Simão. Se os dois conseguiriam trabalhar juntos e anunciar um mesmo evangelho. Ele não questionou se Simão desempenharia o trabalho missionário juntamente com Mateus; simplesmente os discipulou, e suas palavras e seus ensinamentos transformaram o coração e a vida desses homens.
                Precisamos aprender com Jesus essa forma perfeita de conciliar. O método que Ele usou para unir esses dois homens. No momento em que vivemos não há tempo de ficarmos focados ou firmados em idéias humanas, em partidarismos. O que mais precisamos é unirmo-nos cada vez mais, deixar de lado as diferenças e seguir pregando o evangelho de Jesus Cristo. Esses dois discípulos seguiram em suas jornadas para localidades diferentes, mas, com uma mesma mensagem, tornaram-se apóstolos, missionários, pregando o evangelho da salvação por várias partes do mundo antigo.
                Hoje, temos diferentes formas de pensarmos ante a política mundial, política nacional, e até mesmo municipal. Temos várias formas de vermos o mundo em que estamos inseridos. Dentro das famílias, temos visto diferentes formas de agir, inclusive entre os casais, que deveriam ser "um" perante Deus. E, infelizmente, dentro das nossas igrejas, muitas vezes nos deparamos com diferenças que chegam a separá-la em grupos, em partidos, em congregações ou departamentos.
                Esquecemos que aquele que nos chamou requer união. Esquecemos que o Mestre, que conciliou as diferenças dos discípulos, também é o nosso Mestre e espera que trilhemos o caminho da unidade, visando ao bem comum a todos.
                Não é momento de discutir ideias; é momento de propagar o evangelho da salvação, buscando a expansão do Reino. Pense nisso, pratique isso e seja um verdadeiro conciliador, como foi o nosso Senhor e Salvador Jesus.

Pr. Leandro Silva

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