
Analisando bem o
texto, podemos nele enquadrar a maioria dos cristãos atuais. Todos creem no
arrebatamento, entretanto não acreditam que somente serão arrebatados os que
estiverem vigilantes e preparados para o momento mais importante da igreja, e,
se acreditam, suas atitudes não reforçam essa ideia. Basta observar suas vidas,
suas redes sociais, seu vocabulário e a forma como se comportam na igreja,
quando vão.
Naqueles dias havia
algo que impediu que o povo acreditasse na mensagem de Noé. Não por acaso Jesus
associou aquele acontecimento com o arrebatamento. Os livros teológicos apontam
quatro motivos que levam à descrença na mensagem de Cristo, tornando o modo de
vida dos crentes atuais muito semelhante ao comportamento do povo nos dias do
dilúvio. São eles: carnalidade, mundanismo, ignorância humana e falta de
prontidão.
Carnalidade
corresponde aos apetites do corpo, ou seja, a tudo o que se contrapõe ao que é
espiritual. Ser carnal é estar em uma posição antiespiritual, que separa o
homem de Deus. Carnalidade também é a sensualidade e lascívia. Essas coisas têm
tirado muitas pessoas da presença de Deus, seja pelo modo de agir, vestir ou
pensar, muitas vezes sem achar que está errado perante Deus.
O mundanismo, muito
falado nos púlpitos das igrejas, é a perda dos valores cristãos e a pressão
sofrida pelos crentes à ilusão do secularismo que, através de conceitos,
comportamentos e práticas anticristãs, tem se infiltrado na igreja, fazendo com
que os cristãos sejam influenciados pelo mundo, quando deveria ser ao contrário.
O secularismo no simples modo de pensar é um estilo de vida que se inclina para
o profano, deixando de lado o que é sagrado.
A ignorância humana
é a falta de entendimento daquilo que se conhece; não é que o homem não saiba,
mas é o agir como se não soubesse. Significa simplesmente ignorar que o
arrebatamento um dia acontecerá, mesmo conhecendo as profecias.
A falta de
prontidão é o descaso, a falta de preocupação. Para sermos bons soldados,
precisamos estar sempre em prontidão. Lembremo-nos das virgens loucas da
parábola de Jesus. Elas estavam com as prudentes, porém despreparadas, até que chegou
o momento em que o tempo acabou.
Nos dias de Noé, os
homens eram insensíveis às profecias. E o que vemos na atualidade? Tudo o que
se refere à volta de Jesus é ignorado, porém qualquer profecia que aponte uma
melhora na vida terrena, como bênçãos financeiras, bênçãos ministeriais ou
sucesso no casamento, é muito bem vinda. Essas coisas são boas, são excelentes
e não são pecado, mas estão tirando o foco principal, que é a preparação, a
vigilância.
O versículo 38 nos
leva a entender que havia uma falta de respeito à mensagem de Noé. Mesmo
ouvindo a pregação, o povo continuava na carnalidade, no mundanismo, e ignorando
suas palavras. Não havia temor, não aceitavam a repreensão.
Nesta semana
circulou uma frase nas redes sociais que dizia: “No passado o pastor pregava a
verdade e as pessoas mudavam de vida; hoje elas mudam de igreja”. Isso define
muito bem o que acontecia nos dias de Noé.
O teor do versículo
bíblico que mencionei acima registra que as pessoas “comiam, bebiam, casavam-se
e davam-se em casamento”. Então pergunto, qual o erro dessas práticas? Onde
está o pecado ao comer, beber e se casar? A mensagem que Jesus queria passar
era de que eles estavam vivendo uma vida normal e secular, ignorando a Deus e
as palavras de Noé. Parece que seria mais lógico se Jesus tivesse dito que
enquanto Noé construía a arca o povo matava, roubava e se prostituía. Porém
Jesus quer nos dizer que apenas levar uma vida normal significa não estar
preparado. O Senhor exige mais do que levar uma vida normal, apenas não
cometendo pecados. Exige que estejamos vigilantes, tendo comunhão com Deus. São
as práticas que achamos não ser pecado que estão nos tornando crentes mundanos
e carnais.
Vivemos tempos em que
as coisas lícitas estão nos destruindo, e nós achamos correto. A terra estava
cheia de violência, de crimes hediondos, assim como acontece hoje. Aliás, nós
criamos níveis de pecados, nos autoenquadramos em menos pior, melhor que os
outros, nem tão pecador, e achamos que assim seremos salvos. Ficamos na
dependência da misericórdia de Deus, da bondade de Deus, e esquecemos que Deus
é justo, e que no céu não entra pecado.
O versículo 39 diz que “eles não perceberam”. Até
quando congregaremos com pessoas desapercebidas? Que estão há três ou quatro
décadas dentro da igreja, perdendo tempo, perdendo os prazeres do mundo, e não
alcançarão o gozo eterno? A vergonha de confessarem seus erros é que os
tornaram céticos.
É preciso alertar essa geração que cultua conosco,
evangeliza conosco, chora conosco, mas segue destino eterno diferente. O
arrebatamento será surpreendente, assim como aconteceu no dilúvio. Talvez houvesse
pessoas que acreditassem, entretanto, por não estarem preparadas, foram levadas
pelas águas.
Ainda há tempo. Deixe de lado tudo o que te
distancia do Senhor, esteja preparado, pois a porta da arca ainda está aberta.
Pr. Leandro Silva
Muito bom o texto. Amei esta ótica sobre a normalidade ser um estorvo no que tange ao retorno de Cristo.
ResponderExcluirLinda palavra
Abraços Pr. Julio.
ExcluirParabéns pelo texto, excelente reflexão.
ResponderExcluirObrigado, pena que não tem seu nome.
ExcluirMuy buen trabajo continue y no baje los brazos
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