segunda-feira, 1 de julho de 2019

Perseverança


No evangelho de Lucas capítulo 2 e versículos 36 ao 38, encontramos um breve relato da vida da profetiza Ana. Essa mulher vivia no templo, dia e noite, orando e jejuando a Deus. Para nos localizarmos melhor, quero relatar a história que antecede esse momento.
Falamos do período interbíblico, o espaço de tempo entre o Antigo e o Novo Testamento. Foram mais de 400 anos de silêncio de Deus para com o seu povo. Mesmo havendo a promessa de um Messias, parecia que as coisas não estavam acontecendo como o esperado. No ano 175 a.C, Antíoco Epifanio assumiu o poder na palestina, iniciando assim um período dramático para os judeus. Esse líder proibiu elementos fundamentais dos costumes judaicos, tentou destruir todas as cópias da Torá, exigiu que o deus grego Zeus fosse cultuado e, por fim, o maior desrespeito para com os judeus, ele sacrificou um porco no templo de Jerusalém.
Ana nasceu nesse período dramático, mas a cultura judaica, os ensinos da Torá e dos profetas foram solidamente sedimentados em sua mente e em seu coração.
No ano 37 a.C, Herodes inicia seu governo sobre a terra santa (o período Herodiano).
Ana se casa, mas após sete anos do seu casamento seu marido vem a morrer. A Profetiza, então, sabendo da promessa de que haveria de nascer um que pisaria a cabeça da serpente, colocou no seu coração de dar a vida para servir no templo. E assim o fez.
Ana tornou-se uma autêntica mulher de oração, de jejum e dedicação ao Senhor. E mais: era uma mulher perseverante; esperava convicta o que Deus havia prometido, desejava com ardor ver a redenção de Jerusalém.
Certo dia Ana estava no templo, e entrou um casal com uma criança para ser apresentada a Deus, como era costume dos judeus. Creio que nesse momento Deus confirmou no coração de Ana que ali estava o começo do cumprimento da promessa. Conjecturo: Ana tomou nos braços, acariciou a criança, olhou para Simeão, que com um olhar e meio sorriso confirmou que em seus braços estava o Salvador do mundo, o libertador de Israel.
Não por acaso a Bíblia registra o testemunho desta mulher. A sua perseverança nos anima. Ela passou muitos anos servindo no templo sem se dar ao luxo de se casar novamente, aguardando o momento especial em sua vida: ter o menino Jesus nos braços.
Nós, cristãos, temos muitas promessas. A maior delas é a vinda de Jesus nos ares e, consequentemente, o arrebatamento. Mesmo assim, esperamos tantas coisas que pedimos a Deus, tantos sonhos que ansiosos aguardamos, porém, muitas vezes, não somos perseverantes como foi Ana.
Talvez alguém perguntasse a Ana: você ainda tem esperança de ver o Messias? Por que você não abandona essa ideia e volta para sua terra, para sua casa, e vai viver a tua vida? Assim estamos nós. A promessa do arrebatamento ainda não foi cumprida. Já se passaram dois mil anos, e ainda esperamos. Quantos morreram aguardando a promessa? Existem coisas que se cumprem nas nossas vidas quando ainda estamos vivos; outras podem se cumprir após a nossa morte.
A Bíblia não registra que Ana viu os milagres de Jesus, que Ana acompanhou as pregações dEle, que esteve presente na sua crucificação. Mas ela teve o grande privilégio de saber que Deus iniciou o processo de restauração de Israel com o nascimento do menino. Ana esteve com Ele nos braços.
O que você tem esperado de Deus? Por qual motivo tens sido perseverante? Contemple o bebê, tenha fé que tudo se cumprirá por completo. Talvez você não esteja mais aqui quando acontecer o completo cumprimento do propósito de Deus. Entretanto, a promessa já está em processo. Creia, assim como Ana. Não desista. Não desanime com o passar dos anos, porque Deus é poderoso e fiel para cumprir as suas promessas.
Deus abençoe a tua vida!

Pr. Leandro Silva

Um comentário:

Obrigado por comentar o artigo. Deus abençoe sua vida!